Escrevendo cartas em Nova York.

No momento em que escrevo estas mal traçadas linhas, a “instalação” já pode ter terminado.

Mas foi uma experiência tão bonita que vale relatar aqui. Brandon Woolf, um artista performático com doutorado da New York University, levou uma mesinha e uma cadeira para uma esquina do Brooklyn. Sobre a mesinha, que ficava de frente para uma caixa do correio, ele instalou sua máquina de escrever Royal portátil e – tal qual a Fernanda Montenegro no filme Central do Brasil – passou a datilografar cartas (que expressão antiga, não é?!) para os passantes interessados em enviar alguma mensagem para um amigo/a mantido/a à distância pela pandemia.

Como ele mesmo dizia, “Free letters for friends feeling blue”. Diferente da personagem vivida pela Montenegro, entretanto, ele não só escrevia de graça como fornecia envelope e selo. Ah, sim, e ainda embocava a carta na caixinha do correio.

Por que razão Woolf fez ou continua fazendo isso há mais de um mês? Segundo ele, é simplesmente uma maneira criativa de tentar aliviar um pouco o triplo peso que estamos todos carregando: pandemia, política e economia. Uma experiência isolada e efêmera, é claro, mas cheia de significados nesse momento absurdamente absurdo. O mínimo que o abrindoobico pode fazer, além de registrar a experiência, é bater palmas a dois metros de distância.

 

 

{Foto: unsplash.com®}

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Comentários
  • Fantástica iniciativa !
    Sou do tempo das cartas e postais e acho muito legal recebê-los.

    4 de novembro, 2020
  • Que lindeza de projeto!!! Amei!!! <3

    4 de novembro, 2020

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