Motorista ou moto-artista?

Hoje de manhã, dia nublado, temperatura suportável, decidi voltar à exposição do Klimt na Neue Gallery. “Descarrizada” que sou, tomei meu busão na 1a. Avenida, sentido uptown. Na 86, tomei um segundo para cruzar a cidade. E eis que senão quando… 😯

Bom, ao entrar já senti que algo não batia com a rotina. O motorista me cumprimentou dizendo: – Welcome to the Party Bus! Achei até que tivesse tomado o ônibus errado. Mas não: estava tudo certo. E, enquanto procuro meu assento, ele continua: – Alguém aí faz aniverário hoje? E não é que alguém respondeu que sim! Bom, em poucos minutos estava o ônibus inteiro cantando Happy Birthday To You  para uma tal de Brenda, tendo como leading singer… o motorista!

Fiquei pasma. Procurei câmeras, achando que fosse alguma pegadinha ou jogada de marketing. Mas não! E cara foi em frente, entremeando dicas de auto-ajuda com brincadeiras do tipo: – Pessoal, quais são as dez partes do corpo humano que só têm três letras? E os passageiros – sim, porque todo mundo aderiu – respondiam: – Leg, lip, rib… e por aí afora.

Ah, outra história foi a seguinte. Ele, sempre no microfone: – A mãe do Tom tem três filhos: o primeiro se chama Penny e o segundo, Nickel. Como se chama o terceiro? Todo mundo respondeu: – Dime! E ele, rindo desbragadamente: – Não! O terceiro se chama Tom. Eu falei “a mãe do Tom”…

Quando desci na Quinta Avenida, olhei de novo para ver se não se tratava de algum ônibus turístico, com aqueles insuportáveis (des)animadores de festa. Mas não: o veículo era mesmo o MTA que faz o crosstown da 86. Diferente, portanto, era o motorista.

Não vou me surpreender se daqui a pouco tempo ele não for descoberto por algum talent scout e acabar virando celebrity: programa de auditório, livros, palestras, essas coisas. Afinal, estamos em New York… 😉