A New York da Carla Portilho.

Pro JFK você voou. E de lá pro hotel, como é que você vai: taxi, limo, shuttle ou metrô?
Sempre usei o táxi. Gosto da facilidade do preço fechado, e de não ter que pensar em como vou chegar ao hotel depois de uma noite maldormida no avião. Mas, da última vez em que fui a NY, no Carnaval de 2009, fizemos (eu e um ex) duas extravagâncias: na chegada, alugamos um carro para ir de Newark direto ao Woodbury e, na volta, contratamos uma limo. Extravagâncias feitas, eu continuo preferindo o táxi…

OK, você chegou ao hotel, desfez as malas, e já está na rua: qual é a primeira coisa que você faz?
Como assim, “desfez as malas”?!? Nada disso… Abandono tudo no hotel e tomo o caminho da rua imediatamente. Vou caminhar, comer alguma coisa, ver a vida passar… Esses passeios normalmente me levam ao Starbucks para um mocha bem quentinho…

Deu fome. Você entra em qualquer lugar ou tem um ou mais restaurantes favoritos?
Na hora do almoço eu topo qualquer coisa – saladinha, sanduíche, comida chinesa, pizza, cachorro quente. Mas gosto de caprichar no café da manhã e no jantar, na medida do possível. Na última vez me hospedei no Salisbury, na 57th, que oferece café da manhã – é pago à parte, mas não tem preço tomar o café da manhã no hotel em vez de sair à rua no frio… E gostei muitíssimo de 2 lugares onde fui jantar: o Thor, do Hotel on Rivington, no Lower East Side, e o Oak Room do Hotel Algonquin, na 44th. Não são baratos, é fato – mas o que seria das viagens sem o direito a algumas extravagâncias? 😉

Além do roteiro de compras, de que outras maneiras você vive a cidade? Broadway, museus, passeios, cinemas?
Eu praticamente não tenho paciência para compras. Sou daquele tipo de pessoa que entra no shopping sabendo exatamente o que quer comprar e que não leva nem 5 minutos para se decidir. Então acaba me sobrando muito tempo para fazer todo o resto – gosto de caminhar pelas ruas, de andar pelo Central Park, de ver gente, de ir ao cinema e ao teatro (infelizmente, nem sempre estou em companhia de quem seja fluente em inglês para acompanhar um filme ou uma peça…) Sou muito específica com museus, e escolho ver apenas o que me interessa, sem culpa – AMO os dinossauros do Museum of Natural History e a ala medieval do Metropolitan; prefiro o prédio do Guggenheim ao acervo, gosto de praticamente tudo no International Center of Photography e me diverti horrores visitando o The Cloisters, lá no Fort Tryon Park, na pontinha norte de Manhattan.

Qual é a área da cidade que você mais gosta e por quê?
Parece coisa de gente maluca, mas eu vou confessar a razão de ser apaixonada pelo Upper West Side… Ainda bem que eu sou professora de literatura, então pode ficar parecendo apenas uma excentricidade! Uma das vezes em que fui a NY foi logo depois de ler o “Cidade de Vidro“, do Paul Auster – e um dos personagens faz um roteiro a pé pelo Upper West Side, que é descrito por ele em detalhes no livro. Bom, eu segui o roteiro todinho, de livro na mão, feito uma doida, e me encantei pelo bairro, rsrsrs…

Outlet é out ou ainda é in? Qual?
Acho que, quando se mora no Brasil e se vê os preços abusivos praticados aqui, os outlets são sempre in… Só não acho que eles devam ser o foco principal da viagem, e também não me parece que NY seja a melhor cidade dos EUA para isso. Acho bem mais prático fazer compras em algum lugar onde se use o carro direto, como na Flórida ou na Califórnia, sem precisar ficar pensando em como ir da cidade até um shopping a 100 km de distância.

Que conselho você daria para um brasileiro que ainda não conhece New York (se é que existe algum!).
O meu conselho é sempre o mesmo, seja qual for a cidade onde se vá pela primeira vez: leia muito e se informe antes de ir, para poder descobrir qual é a SUA Nova York. Procure se lembrar dos filmes que você assistiu, das músicas que ouviu, das fotos que viu, e separar, mesmo antes de chegar lá, o que é essencial para você visitar e o que é “obrigação” imposta pelos outros. Viajar não é cumprir tarefas – já fazemos isso no trabalho o tempo todo. Viajar é prazer – então, se você não estiver com a menor vontade de ir à Estátua da Liberdade, simplesmente não vá, SEM CULPA. E, se alguém te questionar “Mas, como assim, você foi a NY e não viu a Estátua da Liberdade?” basta responder com outra pergunta: “Mas, como assim, você foi a NY e não sentou em um banco de parque, não bateu papo com alguém do lugar” e por aí vai… Pegue o programa que você mais amou fazer e questione também: “Como assim, você não comeu pipoca no cinema vendo o filme tal?!?” E relaxe – não vai dar pra fazer tudo nem pra ver tudo mesmo. Nem quem mora em NY uma vida consegue “fazer tudo”, mas isso é sempre uma bela desculpa para voltar!

Ao voltar pra casa, o que você sente que está levando de NY? Além do excesso de peso, é claro.
Hahaha… Eu nem trago excesso de peso – como compro pouco e caminho muito, as malas voltam no peso normal e eu também, rsrsrs… O que eu trago invariavelmente de NY é a certeza de que essa é uma das poucas cidades do mundo onde eu gostaria de morar se saísse do Brasil – as outras, para quem ficar curioso, são Buenos Aires e Londres…;-)

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Comentários
  • Adorei o “viajar não é cumprir tarefas”, certíssimo. A melhor coisa é aproveitar a cidade (qualquer uma) sem obrigações a cumprir. Muito bom o post.

    17 de dezembro, 2010
  • Marcie querida, eu tenho acompanhado a série de pertinho, mas você sabe que eu ando enroladíssima da silva aqui com a super viagem chegando, né? Por isso não tenho comentado… 😳

    Vou aproveitar então que comecei a escrever para dizer que adorei a iniciativa de seguir os passos do Marco com as séries de entrevistas – o material está sensacional! Dá vontade de voltar a NY imediatamente – e me corta o coração saber que não vou poder ir em abril, snif snif snif…

    17 de dezembro, 2010
  • Então agora, lá vou eu ler o Cidade de Vidro antes de abril , para gostar ainda mais no pedacinho da cidade que já tinha me agradado tanto 🙂
    Adorei , viu Carlinha? 😉

    17 de dezembro, 2010
  • Leia, sim, Lena, o livro é excelente! E se você já gosta do Upper West Side, aí mesmo é que vai se apaixonar de vez… 😀

    18 de dezembro, 2010
  • Eu também sou apaixonada pelo Upper West Side.. vou dar uma olhada neste livro, 😉

    18 de dezembro, 2010
  • Então agora, lá vou eu ler o Cidade de Vidro antes de abril , para gostar ainda mais no pedacinho da cidade que já tinha me agradado tanto 🙂 Adorei , viu Carlinha? 😉

    22 de dezembro, 2010
  • Adorei o “viajar não é cumprir tarefas”, certíssimo. A melhor coisa é aproveitar a cidade (qualquer uma) sem obrigações a cumprir. Muito bom o post.

    25 de dezembro, 2010

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