Bonnet House. De tirar o chapéu.
Todo mundo sabe de minha aversão a lugares de clima tropical, subtropical, vice-subtropical e adjacências. Mas, quando o dever chama, infelizmente não há nada a fazer senão fazer a mala. Tudo isso pra dizer que estive em Fort Lauderdale dois inteiros dias!
Saí de NY já com a cabeça feita. Quer dizer, com a certeza de que não encontraria nada diferente do que existe em Miami – lugar pelo qual, digamos, não morro de amores. Mas não é que me enganei!
Fort Lauderdale é uma graça. Tão perto e ao mesmo tempo, na minha opinião, tão longe de Miami. A praia, de uma limpeza impecável. As ruas, idem. Numa área bastante reduzida, uma oferta surpreente de bares, restaurantes, cinemas, teatros. Exato, teatros – e com grandes produções: peças, musicais, concertos, ballets.
Conto rapidamente: no começo do século passado, uma jovem pianista de Chicago casa com um artista plástico e recebe, de presente dos pais, uma faixa de mata em Ft Lauderdale. No centro dessa floresta, os dois constroem uma casa pra onde fugir durante o inverno. O casamento entretanto não durou muito: ela morre de câncer e ele não volta a Ft Lauderdale durante vários anos.
Até que Frederic (era esse seu nome) se casa com Evelyn, uma jovem também chegada às artes plásticas. E não é que eram feitos um para ou outro? Frederic, que já era aplicado, começa as produzir freneticamente. Mesma coisa Evelyn. E juntos eles completam o que hoje se chama Bonnet House. Faziam de tudo: do jardim aos candelabros; dos pisos aos tetos decorados. Ah, e compravam também. Rodavam o mundo, comprando objetos, móveis, louças, faqueiros, le diable.
Bom, está tudo lá exatamente como foi deixado. Frederick morreu mais cedo. Evelyn viveu até os 109 anos e, como último gesto, transformou a casa num museu – com a condição de que não mexessem uma palha.
Visitas, só com guia. Sessenta minutos. E dá pra ver tudo. A casa, de inspiração caribenha. O páteo interno, com fonte no centro. O ateliê em que ele trabalhava (impressionante); a cozinha que liga com a copa que liga com a sala de jantar (ainda com a mesa aparelhada); os corredores; a sala de estar… enfim, uma série de ambientes, todos frizados no tempo. Além de outro cômodo impressionante: o estúdio da primeira mulher, com o piano e a pauta de uma música de sua autoria. Na parede anterior, dois gigantescos espelhos que obrigaram Frederic a aumentar o pé direito da sala.
O que não está lá (mesmo porque não resistiriam à maresia do vizinho Atlântico) são alguns “quadrinhos” que o casal foi comprando quando de suas viagens à Europa. Antes de morrer, Frederic doou-os ao Museu de Chicago: Matisse, Van Gogh, Cezanne, Seurat, pra citar alguns… Na minha próxima ida a Chicago, pretendo conferir.
Bonnet House. Não é Gaudi, mas vale a visita.
Pingback:Twitted by Marcie14
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Mari Campos
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Uia – cogitando agora uma esticadinha ate la quando estiver em Miami 😉
17 de outubro, 2010Virginia Lucia
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Que legal, Marcie, a história da Bonnet House é linda! Deve valer mesmo a visita, a cidade deve ser uma graça. Bjs
17 de outubro, 2010Patricia - Turomaquia
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Já fui 2 para lá e ñ conhecia esta casa e muito menos esta história. Dica estrelada!!! beijos
18 de outubro, 2010Sylvia
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Té que enfim uma querida concordando com a titia aqui .
19 de outubro, 2010Depois de FL, Miami never more 🙂
Carmem
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Menina, história daquelas dos romances da Biblioteca das Moças…
19 de outubro, 2010Eu gostei!
Lena
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Boa dica e linda história! 🙂
Vai pra listinha, né?
beijos
23 de outubro, 2010chopp
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Seu blog tem posts ótimos!
3 de novembro, 2010abrindoobico
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Obrigada, e volte sempre para abrir o bico.
4 de novembro, 2010Pingback:Atrações imperdíveis em Miami | Projeto bonita aos 40
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